Você sabia que seu estabilizador pode estar danificando o seu computador?
Há décadas o estabilizador é visto como um item essencial ao bom funcionamento de computadores aqui no Brasil. Orientadas por técnicos e especialistas na área, nove em cada dez pessoas compram o aparelho quando adquirem seu primeiro computador. O motivo: evitar que instabilidades na rede elétrica afetem os componentes da máquina recém-adquirida. Afinal de contas, estabilizadores “estabilizam” o nível de tensão, corrente, etc, certo? Errado!
A verdade é bem mais triste do que se pode imaginar: na verdade os estabilizadores são os principais responsáveis pela queima de placas-mãe, processadores, pentes de memória e demais componentes dos computadores. Então por que existe essa aura de salvador da pátria em torno do estabilizador? Por que quando um componente queima as pessoas dizem “poderia ter sido pior se não fosse pelo meu estabilizador megazord” ao invés de culpá-lo? Nada melhor do que consultar o passado para entender o presente.
O que é um estabilizador? Por que ele existe?
Criado na década de 1940, o estabilizador surgiu com o propósito de minimizar os efeitos das oscilações da rede elétrica. Se ainda hoje algumas regiões sofrem com problemas de instabilidade na rede, imagine isso àquela época. É claro que os computadores estavam longe de ser uma realidade, mas alguns equipamentos eletrônicos, cujos componentes estavam vulneráveis a instabilidade elétrica, pediam o uso de um equipamento como o estabilizador. Não demorou muito e o aparelho foi largamente adotado.
Décadas depois, os computadores surgiram e seus componentes e periféricos demandavam cuidados extras para que não queimassem e fossem inutilizados. Por essa razão as pessoas e empresas passaram a conectar seus equipamentos ao estabilizador. A ideia é que o estabilizador atenuaria sobretensões ou subtensões, levando à fonte um valor apropriado à sua voltagem. Em casos de variações extremas, o estabilizador simplesmente “queimaria” um fusível, evitando a passagem de corrente elétrica.
Por muito tempo os estabilizadores foram recomendados por técnicos e especialistas, principalmente nos primórdios da informática em nosso país, quando as fontes trabalhavam a velocidades mais lentas que o equipamento eletrônico. A coisa virou senso comum e, apesar de hoje estudos comprovarem a ineficácia do aparelho, todos continuam acreditando no que antes era verdade.
Então o que acontece de verdade quando uso um estabilizador?
Hoje a coisa mudou de figura e as fontes mais modernas dos computadores trabalham a velocidades muito, mas muito superiores à de um estabilizador. Basta verificar a etiqueta de qualquer estabilizador para ver que a velocidade de trabalho da maioria deles gira em torno dos 60 Hz, o que faz com que ele demore aproximadamente 0,008 segundos para responder a qualquer anormalidade na rede elétrica.
Por outro lado, as fontes de um computador comum trabalham a 100 KHz (ou seja, 100.000 Hz) e as mais poderosas, geralmente utilizadas por gamers, atingem a incrível velocidade de 400 KHz (ou 400.000 Hz), o que é infinitamente superior ao estabilizador. A coisa fica mais discrepante quando o tempo de reação de uma fonte dessas é analisado e comparado ao do estabilizador: são necessários apenas 0,0001 segundos para corrigir qualquer surto elétrico.
Dessa forma, é correto afirmar que o seu estabilizador vai demorar mais tempo para identificar um surto na rede elétrica porque ele é mais lento. Nesse meio tempo, inevitavelmente o ruído gerado pela instabilidade da rede será transmitido à sua fonte, como se não houvesse estabilizador algum. A fonte, por sua vez, fará a correção do problema rapidamente, pois é mais rápida. Após um período de tempo, finalmente seu estabilizador perceberá o que aconteceu com a rede elétrica e tentará “corrigir” o problema, assim mesmo, entre aspas. Isso porque ele não corrige oscilações na rede elétrica e o ruído é passado novamente para a fonte, que vai ter que corrigir o novo problema gerado pelo estabilizador.
Por esses motivos, a fonte acaba trabalhando dobrado, esquenta mais e, consequentemente, terá sua vida útil reduzida.
Sendo assim, o que devo utilizar para proteger meu computador? Um filtro de linha?
Sim, aquele filtro de linha que você usa como extensão no seu quarto ou escritório pode ser a solução emergencial mais acessível para a maioria. Muitos usuários o recomendam expressamente.
A verdade sobre os filtros é que, assim como os estabilizadores, eles não estabilizam coisa alguma, mas em compensação não tentam realizar uma tarefa que não lhes cabe. Com isso, a fonte do computador fica livre para fazer o serviço dela e corrigir qualquer surto ou instabilidade na rede elétrica o mais rápido possível. Somente em casos de sobretensão extrema é que o acessório entra em ação, bloqueando a passagem de corrente elétrica pelo fusível que, a essas alturas, estará queimado.
Outros modelos de filtro oferecem proteção extra contra ruídos eletromagnéticos, mas infelizmente estes são extremamente raros e difíceis de serem encontrados no Brasil. Em um dia de sorte, pode-se encontrá-los por, no mínimo, R$ 150.
Embora haja ampla recomendação do seu uso pela comunidade, infelizmente os filtros de linha não chegam a caracterizar a solução ideal de proteção aos componentes de um computador.
Estou disposto a proteger meu computador a qualquer custo. Qual a solução ideal para mim?
O No-Break! Ele é mais caro que qualquer estabilizador ou filtro de linha, no entanto é capaz de manter o computador ligado mesmo quando a energia acabar. A façanha é alcançada graças a uma bateria interna que fica carregada e a postos para assumir o fornecimento de energia aos aparelhos conectados ao No-Break quando ocorrer algum problema na rede.
Ou seja, mesmo que acabe a energia, o No-Break conseguirá fornecer energia ao computador por alguns minutos ou horas, dependendo do tipo: offline ou online.
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